Não sou um grande fã de “Os segredos da mente milionária”, best-seller da educação financeira de T. Harv. Ecker. O livro, para um cético como eu que prefere textos sobre finanças mais fundamentados, tem menções demais à “energia” e “pensamentos positivos”. Reconheço, porém, a importância desses tópicos para muitas pessoas. Vejo no texto o imenso mérito de abordar influências psicológicas que podem condicionar nossa relação com dinheiro. Segundo Ecker, todos temos um modelo de dinheiro e sucesso que rege nossa vida. Só conseguimos nos livrar dele por meio de uma autoanálise e da conscientização. Ele sugere colocar sob a lente de um microscópio “os seus medos, as suas crenças, os seus hábitos, as suas atitudes e a sua inação”.
A mudança do modelo virá com a conscientização. De acordo com o autor: “A consciência observa os nossos pensamentos e as nossas ações para que vivamos das escolhas verdadeiras feitas no momento presente em lugar de sermos governados por uma programação proveniente do passado”. Ecker, na verdade, repete ensinamento de Santo Agostinho e Sócrates: conhece-te a ti mesmo.
Lembrei-me de Ecker ao ver o resultado da enquete que fiz sobre esta frase : “O serviço público fecha as portas da riqueza e da pobreza”. 45% dos respondentes responderam que a afirmação era verdadeira(foto3). A eles, saibam que é falsa, e muito. É perfeitamente possível alcançar a prosperidade no serviço público. A chegada da pobreza, infelizmente, também o é.
Já parou para estudar o seu modelo de dinheiro e sucesso, servidor? Não está sabotando-se com comportamentos negativos que lhe foram ensinados? De acordo com o livro, aqueles que tiveram pais que lidavam mal com o dinheiro, amaldiçoando-o, repetindo que “dinheiro é sujo” e “todo rico é ladrão” , ou que “aquela carreira ganha demais” tendem a vê-lo como algo que não merece ser buscado. Costumam, ao conseguir ganhá-lo, livrar-se rápido dele. Se é o seu caso, conscientize-se e transforme-se. Você consegue, pois é bem mais que robô.
Por Rodrigo Tenório